Santista comanda ciclismo paraolímpico em Tóquio

O ciclismo brasileiro tem grandes chances de medalha nos Jogos Paraolímpicos de Tóquio, no Japão. E o comando desta seleção está nas mãos do técnico santista Cláudio Diegues (Memorial/Fupes). Ele será o responsável por guiar os atletas brasileiros para alcançar a melhor campanha da história, superando os dois pódios obtidos em 2016, no Rio de Janeiro.
Cláudio vive o ciclismo desde que nasceu. Seu pai, Hilário Diegues, foi fundador da Liga Santista e criador da Confederação Brasileira da modalidade. Conquistou títulos estaduais e nacionais na categoria de base, mas parou de competir para se formar em Educação Física e ajudar o pai na organização de eventos.
O caminho para ser técnico foi natural. Em 2000, quando Santos sediou os Jogos Abertos do Interior, ele já trabalhava na função. “Montamos uma equipe junto com o Memorial e criou-se a Escola de Ciclismo em Santos. Daí não parou mais”, conta Cláudio.
Em quase 22 anos, mais de 300 atletas já estiveram sob as orientações do técnico, sem contar as categorias de base. Entre eles, os maiores nomes da modalidade brasileira, fazendo a Cidade se tornar referência no esporte. “Acredito que, pela forma como a Cidade abraça a prática esportiva, o movimento da bicicleta foi natural. E o apoio fez com que muitos atletas que não nasceram aqui, passassem a treinar e competir por aqui, por mostrarmos os caminhos para as grandes conquistas”.
SELEÇÃO BRASILEIRA E ESPORTE PARALÍMPICO
Cláudio virou técnico da seleção brasileira de ciclismo e, em 2008, a Confederação Brasileira pediu para que ele migrasse para trabalhar com paratletas, visando medalhas nos Jogos de Pequim. “Eu já vinha fazendo esse trabalho em Santos e aceitei. É gratificante”.
O que mudou para Cláudio? Tudo. “Mudam os conceitos de treinamento, a parte psicológica se torna muito mais forte. Às vezes surgem novas lesões nos atletas e precisamos fazer o trabalho mental, adaptações. É tudo diferente”. Mas, a cobrança é a mesma. “São atletas profissionais, de alta performance, que competem com pessoas iguais, com deficiência”.
O técnico diz que ele mesmo mudou bastante lidando com o paradesporto. “A gente passa a entender que as adversidades que a vida nos coloca nem sempre são as maiores. Que muitas coisas duras não são tão duras. Passamos a nos entender melhor”, diz.
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